sexta-feira, 10 de junho de 2011

A Gerente

Eu não sou uma pessoa vingativa, vivo no meu mundinho, onde me sinto protegida e basta uma vida para dar conta, a minha. Mas nem todos são como eu, algumas pessoas tem o prazer de fazer maldades e vivem cobiçando a felicidade dos outros.


Trabalhei muito tempo em Boutiques. Sempre fui dedicada, querida pelas pessoas e pelos proprietários, nunca tive problemas com nenhum deles.


E em uma delas, tive a experiência de trabalhar com uma pessoa muito má e invejosa.
Ela era a gerente da loja e usava de seus “poderes” para fazer suas maldades e sempre jogar uma vendedora contra a outra.
Mas eu como já havia aprendido a lidar com o seu jeito “serpente de ser”, não me abalava. Tentava sempre relevar, e foram inúmeras as maldades em três anos trabalhando juntos.
Um dia, numa daquelas promoções de fim de estação, comecei a atender uma cliente. Mostrei tudo a ela e as filhas, elas iam provando e separando as peças que iriam levar.

 A gerente chegou perto de mim e na frente da cliente disse para passar a venda para a outra vendedora, pois ela que iria atender e que aquela venda não era minha. Fiquei sem ação, olhando pra ela sem entender nada, não querendo acreditar no que ela estava fazendo. 
A outra vendedora também que foi pega de surpresa com a situação ficou sem saber o que fazer.
Mas eu vi nos olhos da gerente o brilho da maldade e eu, para não deixar a cliente mais sem graça do que ela já estava, entreguei as roupas na mão da outra vendedora.


Aquele dia eu senti o que era humilhação (até hoje meus olhos se enchem de lágrimas quando conto a história), morri de vergonha, mas engoli o choro e pedi a Deus para que me desse forças para superar aquele momento. E que o mal que ela estava fazendo não iria me atingir a ponto de odiá-la. Na verdade, para mim, ela era digna de pena.


E Deus ouviu as minhas preces.
Alguns minutos depois, entrou na loja outra cliente e veio diretamente a mim. Pediu para ver as bolsas, que por acaso não estavam na promoção, olhou, olhou e apontou para uma das mais caras, da marca Victor Hugo que na época custava mais de dois mil reais, e disse pra mim.
_Eu vou levar esta, quanto é à vista.
Dei o desconto e ela toda feliz foi embora com a bolsa nova.
A gerente olhou pra mim, senti que ela me esganava com os olhos. Com aquele olhar como quem diz. “você tem muita sorte mesmo”.
Naquele momento eu provei o doce sabor da vingança, não no sentido da vingança ruim, mas de que ela visse que a vida é um espelho e reflete exatamente o que desejamos.

 Se desejarmos o mal, teremos o mal.
E o sabor da maldade que ela havia me feito, amargou ainda mais o coração dela.
Queiram ver um invejoso mais infeliz do que ele já é?
Erga a cabeça e faça-o sentir a sua força interior, aquela que vem de Deus.


Algumas semanas depois, ela me aprontou mais uma, e como em todas às vezes não revidei, apenas peguei as minhas coisas e fui pra casa. Não suportei mais as maldades dela, eu não era obrigada a aturar aquilo.


Ela continua lá, reclamando, fazendo as mesmas maldades e infeliz como sempre. Eu não a odeio, mas eu a desprezo. Não existe castigo maior do que o desprezo.



E eu estou muito bem, obrigada! Longe das maldades dela e da hipocrisia daquele mundo.
Hoje não ganho tão bem como naquela época, pois eu era a melhor vendedora da loja, mas o meu dinheiro rende muito mais, e eu digo a vocês de coração, não há dinheiro que pague a minha paz de espírito.






                 Suas Palavras




2 comentários:

Elania Costa disse...

Todos deveriam ser assim, como esta moça, não se abalar com as coisas ruins que acontecem, a vida é disso, e muitas vezes acontecem coisas ruins para virem as boas. Muito bom seu texto.
Att, moderadora da Edição Sentimento, projeto Suas Palavras.

Mari...♥Luz da Lua♥ disse...

Existem pessoas muito difíceis mesmo. Ainda bem que você é tranquila.

beijo, Mari...

Estão na Chuva.